A caminho do banco...

Uma cena, uma simples cena, que ficou na cabeça,
quando se olha de relance, pois está com pressa,
e vc pensa:
"Não é da minha conta"
Faz Pensar...


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Comecei o dia com um morto,
estava la, ele, sem vida, sem cor
enquanto eu passava em frente o ponto de ônibus
ao lado de um carro de policia, e um aglomerado de pessoas em volta
uma fita a isolar o local (inútil)
lá estava ele

Mais mesmo com tantas pessoas ao redor, la estava
sozinho, se é q ele ainda estava ali, observando do lado de fora
vendo ao seu redor,
muitas pessoas.
Umas assustadas, outras com nojo, e outras rindo alegremente,
como se assistissem apenas a mais um episódio do C.S.I.

O mais perturbador foi o modo como a policia cobriu-o
jogaram um lençol em seu rosto,
pra que ninguém assistissem a crueldade,
mais o cruel foi ver o sangue q ainda escorria da sua cabeça
q molhava o lençol e formava ali ao lado, uma poça,
a vista de todos.

e a maioria ali, continuava normalmente conversando,
alegres, como se não vissem a crueldade,
e ninguém notou,
os olhos grandes
e um pequenino q estava ali, olhando
com os olhos fixados no chão
talvez assustado com o sangue,
ou assustado com a crueldade das pessoas ali ao redor

E entre os sorrisos das pessoas, a frieza dos policiais,
e o modo que as pessoas se comportavam
diante daquilo
o mundo roubava sua inocência

Ali estava um homem sem vida,

mais pra o menino,
havia muitos sem vida, sem alma, sem coração,
e ali se perguntava,
se oque sentia, era só as bobagens de criança,
que tanto se ouvia falar, de seus pais,
como quando pedia pra dormir de luz acesa
e seus pais diziam:
Você já esta bem crescidinho pra se importar com essas coisas!